O ator Dado Dolabella recentemente assumiu o namoro com a prima Marina Dolabella nas redes sociais. O pai de Dado, Carlos Eduardo, é irmão do pai de Nina, o empresário Luiz Fernando Dolabella. Ou seja, os dois são primos de primeiro grau.

Relacionamentos entre familiares costumam gerar muito debate, ainda mais quando envolve famosos. Dado não é a primeira celebridade a ser julgada por sua vida amorosa. Atores como Kevin Bacon e Greta Scacchi também namoraram com primos . Veja a galeria abaixo:

Dado Dolabella e Marina Dolabella reascenderam a discussão sobre relacionamento entre primos. Foto: Reprodução/ Instagram
Kevin Bacon e Kyra Sedgwick são primos e casados há 29 anos. Os dois tem dois filhos. Foto: Reprodução/ Instagram
A atriz Greta Scacchi casou-se com Carlo Mantegazza, primo de primeiro grau. Os dois tem um filho. Foto: Reprodução/ Telegraph
O presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt foi casado com a prima Eleanor e teve seis filhos. Foto: Wikimedia Commons
O cantor Jerry Lee Lewis (22) casou com a prima Myra (13) e teve dois filhos. O casal se divorciou em 1970. Foto: Reprodução/ Pinterest/ usatoday
O ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani, foi casado por 14 anos com sua prima Regina Peruggi. Foto: Reprodução/ Instagram
Albert Einstein e Elsa Lowenthal foram um casal de 1919 até a morte dela em 1936. Foto: Reprodução/ pinterest / the pioneer way
O escritor Edgar Allan Poe casou-se com a prima Virginia Eliza Clemm quando tinha 17 e ela, 13. . Foto: Reprodução/ Twitter
Charles Darwin, pai da teoria da evolução, foi casado com sua prima  Emma Wedgwood em 1839. O casal teve 10 filhos. Foto: Retratos de George Richmond

E a questão dos filhos? Segundo informações que saíram na imprensa, Dado Dolabella teria procurado um geneticista para saber se pode ter filhos com a prima no futuro. Ele já é pai de três crianças de seus relacionamentos anteriores com Viviane Sarahyba, Fabiana Vasconcellos e Juliana Wolter.

Assim como o artista, o Delas também procurou uma geneticista para entender melhor quais riscos podem haver para uma criança fruto dessa relação. De acordo com a médica Michele Migliavacca, cada caso é único e é preciso realizar um acompanhamento genético do casal.

“Para casais consanguíneos (pessoas ligadas pelo vínculo de sangue) existe um risco maior do que na população geral de malformações, em torno de 6%. Por isso, é importante o aconselhamento genético com profissional capacitado para entender quais os melhores exames a serem realizados”, comentou.

Esses exames são melhores detalhados pela geneticista Bianca Bianco. “São feitos testes de portador (ou carrier screening) e prevenção de transmissão para a prole, como a reprodução humana assistida com teste genético pré-implantacional (PGT), ou com a recepção de gametas ou embriões doados”, informa a médica da clínica Criogênesis.

Segundo Michele, do Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, as principais doenças que se manifestam em filhos de casais consanguíneos são doenças recessivas (síndromes que não se manifestam nos pais, mas podem aparecer em uma criança que compartilhe o DNA deles) e a fibrose cística – doença grave que acomete o aparelho respiratório causando infecções crônicas.

Mas calma, não é uma regra que primos que se relacionem e constituem família tenham filhos doentes. Um exemplo disso é a família Rodrigues que tem três irmãs casadas com três primos, também irmãos.

primos
Arquivo pessoal

Sandra Gomes e José Flávio se casaram aos 19 anos e tiveram três filhas. Eles são primos de 1º grau

Uma delas é a dona de casa Sandra Gomes Rodrigues que se casou com o primo de primeiro grau, José Flávio Rodrigues Pereira, teve três filhas e seis netos, todos saudáveis. Nenhuma das irmãs teve filhos com complicação genética.

“Na época eu morava com a minha vó em Campos, no Rio de Janeiro, e ele no mesmo bairro. Ele sempre ia lá e nós fomos se gostando, só que minha vó era muito restrita e não aceitava o namoro. Aí ela me mandou de volta para a minha mãe e ela aceitou, assim como todo mundo porque eu fui a segunda, minha irmã mais nova já namorava um primo e então ficou tudo bem”, conta Sandra ao Delas.

“Casei em 1979, aos 19 anos, e foi tranquilo. Na última gravidez eu fiquei mais preocupada porque a barriga não crescia muito, mas tinha acompanhamento com o ginecologista, que conhecia nossa história, e ficou tudo bem”, acrescenta.

Preconceito e medo

No meio de uma família onde o relacionamento entre primos era comum, Sandra disse não ter sofrido preconceito , mas precisou responder alguns questionamentos na rua. “Algumas pessoas perguntavam para a nossa família “Vocês não tem medo por serem do mesmo sangue?”, mas não tínhamos porque fazíamos acompanhamento com o médico. Nossos filhos são todos normais”, diz.

Sandra teve sorte com a aceitação da mãe, mas nem todos os casais de primos passam pela mesma situação. Segundo o psicólogo e consultor de relacionamentos, Alexandre Bez, a relação pode causar um conflito emocional na família .

“Pode haver manifestações negativas ocorrendo pela não aceitação dessa relação, como também rejeições, aproximações superficiais de parentes, inquéritos familiares, inconformação e etc. Para amenizar todas essas questões, além da certeza do sentimento — calma, paciência e muita determinação são cruciais para continuar numa relação dessa natureza”, explica.

Então, o relacionamento entre primos é errado? Segundo o psicólogo, não há limites para o amor. “Ame quem vale mesmo a pena. Até aí  você não rompeu nenhuma regra para o básico – ser muito feliz”, finaliza Alexandre.