Seca: quase metade dos Municípios nordestinos ainda sofre com a falta de água

Falta de água para consumo humano e para atividade agrícola ainda afeta milhares de brasileiros, inclusive no Nordeste do país. Em alguns Municípios a falta de água tem se agravado ao longo dos últimos seis anos, e o cenário é de quase metade das Prefeituras da região com decreto de Situação de Emergência (SE).

A falta de chuva desafia dos gestores municipais. O anseio pelo recurso essencial à vida foi pedido especial de crianças da região de Santa Maria da Boa Vista, sertão pernambucano, ao papai Noel. Figura lendária de culturas ocidentais, que traz presentes aos lares de crianças que se comportaram durante o ano.

De com dados recentes, indicam que em Pernambuco, onde 64% dos Municípios estão em emergência, 300 mil pessoas só recebem água por meio de caminhão-pipa. Na Bahia, o Estado mais populoso, são mais de 5 milhões de pessoas prejudicadas. Na Paraíba, um dos mais afetados, 88% do território sofrem com a estiagem.

Já no do Rio Grande do Norte, nove de cada dez Municípios correm risco de ficar sem água, uma vez que o maior reservatório está com apenas 12% de sua capacidade. A Prefeitura espalhou caixas d’água pela cidade que são abastecidas até três vezes por dia. O açude Rio da Pedra foi construído há pouco mais de 30 anos.

Dele que saía toda água que abastecia os mais de 13 mil habitantes de Santana do Matos, mas há um mês as bombas que captavam água dele e levavam até as torneiras das casas, foram desligadas.

Considerações

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra: a seca registrou recorde do fenômeno natural que mais causou os prejuízos aos Municípios brasileiros nos dois últimos anos. Foram mais de R$ 27,8 bilhões em prejuízos, em 2016, o que corresponde a mais de 84% de todos prejuízos causados por desastres no país. No primeiro semestre de 2017, a situação piorou e os desastres causaram mais de R$ 39,4 bilhões de prejuízos no setor público e privado.

Pelos cálculos da CNM, foi um aumento de 123,13% no primeiro semestre. Só a seca foi responsável por R$ 24 bilhões de prejuízos, o que corresponde a 61,4% do total. A entidade lembra que a falta de água se tornou um evento negativo permanente e de difícil solução para 56 milhões de habitantes, as práticas continuadas tornam-se indispensáveis para que compromissos sejam estabelecidos com a missão de amenizar os efeitos negativos desse desastre.

Gravidade

Pela gravidade da situação, em especial no nordeste brasileiro, a CNM assumiu o compromisso de cobrar do governo federal incentivos técnicos e financeiros aos Municípios afetados quanto a execução de ações de sustentabilidade, criação e manutenção de novos programas e políticas públicas de convivência com a seca que promovam a autonomia municipal e não tornem os Municípios tão dependentes dos programas federais.

A entidade tem alertado que é essencial promover ações integradas – Municípios, Estados, União, setor privado e sociedade civil organizada –, apontando propostas que contribuam para o desenvolvimento da região, gerando benefícios socioambientais e econômicos baseados na realidade de cada Município do semiárido.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *