Secretário de Polícia Civil pede exoneração do cargo dias após operação que atingiu Witzel

Delegado Marcus Vinicius de Almeida Braga ficou um ano e cinco meses no cargo

Por O Dia*

O secretário da Polícia Civil, o delegado Marcus Vinícius de Almeida Braga

O secretário da Polícia Civil, o delegado Marcus Vinícius de Almeida Braga – Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Rio – O secretário de Estado de Polícia Civil (Sepol), o delegado Marcus Vinicius de Almeida Braga, pediu exoneração do cargo neste sábado após um ano e cinco meses na pasta. Braga enviou uma carta ao governado Wilson Witzel, em que, sem justificar o motivo da saída, pede para ser exonerado. A saída acontece dias após a Operação Placebo, deflagrada pela Polícia Federal, que apura desvios de recursos na construção de hospitais de campanha no estado.
A saída do delegado se dá em meio a uma dança das cadeiras no Executivo fluminense. Na noite desta quinta-feira, Witzel exonerou os secretários de Casa Civil, André Moura, e de Fazenda, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho. A escolha marcou um aceno do governador ao secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Tristão, considerado adversário dos dispensados. Tristão, assim como a primeira-dama, Helena Witzel, é peça-chave na investigação do Ministério Público sobre esquemas de corrupção na Saúde.
Ao demitir esses dois secretários, Witzel provocou também a entrega de cargos na Assembleia Legislativa. O líder e o vice-líder do governo na Casa anunciaram que não vão mais cumprir as funções. O atrito com a Alerj se dá em meio a três pedidos de impeachment apresentados após a operação – o primeiro por tucanos, o segundo por bolsonaristas e o terceiro por deputados do Novo, que também pedem o afastamento de Tristão.
Na carta enviada a Witzel, o delegado Braga destaca o status de secretaria dado à Polícia Civil após o desmantelamento da Secretaria de Segurança Pública, que, segundo ele, fez com que a investigação criminal atingisse “patamares sem precedentes na história, sendo-lhe assegurada absoluta autonomia, tanto na condução das investigações como na escolha daqueles em cargos de chefia e direção.”
Braga também agradeceu tempo à frente do cargo, e afirmou que proporcionou uma reestruturação interna e permitiu aproximação de órgãos como Ministério Público, Polícia Militar e Seap.

“Agradeço muito ao governador pela confiança. Nesses quase dois anos de governo ele fez muito pela Polícia Civil. Nos deu autonomia e com isso criamos o Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) que possibilitou a prisão de dezenas de criminosos e a apreensão de milhões de reais do crime organizado”, reforçou.

O delegado informou que a decisão veio a partir da vontade de dedicar mais tempo à família.
Segundo a GloboNews, no lugar de Braga, o delegado subsecretário de Gestão Administrativa Flávio Brito assumirá o cargo.
*Com informações do Estadão Conteúdo

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