A policial militar Jeiza (Paolla Oliveira) surgiu em “A força do querer”, novela das nove que estreou no início da semana, na quinta-feira. Linha-dura e orgulhosa de sua farda, a personagem apareceu pela primeira vez na trama no comando de uma operação. Enquanto isso, na vida real, enfrentando diariamente a violência que assola o estado, a soldado Gislayne Mathias Chavez, de 25 anos, sente-se realizada ao ver uma mulher poderosa como ela no horário nobre.

Lotada no Centro de Educação Física e Despostos da PM, em Sulacap, na Zona Oeste, a soldado Chavez, como é chamada pela corporação, é instrutora de método de defesa do policial militar. Assim como Jeiza, que é fera nas lutas e sonha ser campeã de MMA, Gislayne domina os tatames: ela é faixa preta de judô.

Nossa personagem da vida real é filha e neta de policiais militares. Logo após concluir o ensino médio, aos 19 anos, já havia passado no concurso e ingressado na carreira militar.

— Tenho meus parentes como grandes referências para seguir na polícia. Sempre gostei da carreira, e, mesmo com as críticas de parte da população, acho que o mais bonito da profissão é o lema de servir e proteger a sociedade — afirma a soldado, que explica: — Meu trabalho é treinar policiais no trabalho de defesa pessoal e imobilização para que a arma seja a última opção.

Se ela sofre algum tipo de preconceito por ser mulher? Gislayne diz que nunca passou por isso:

— Não preciso gritar ou ser grosseira. Conquisto respeito mostrando conhecimento.

Para a personagem, Paolla, que também é filha de PM, fez um treinamento no Batalhão de Operações com Cães — onde Jeiza é lotada. E sobre a experiência, a atriz corrobora o que Gislayne diz:

— Senti que todos, homens e mulheres, estavam integrados. É bom quando você vê a igualdade.

‘Jeiza é inspirada em todas nós’

Maior incentivador de Gislayne, o subtenente da PM Wilinan Chavez, de 54 anos, além de assumir o papel de superior da soldado dentro da corporação, está no posto de pai coruja. E se orgulha de ser a grande referência da filha.

— Nós temos uma relação muito bonita. Tenho muito orgulho de ela ser policial militar. Sempre recebo muitos elogios de meus superiores. Mas se em casa dou muito carinho, aqui (no Centro de Educação Física e Despostos da PM) procuro tratá-la com a mesma seriedade com que trato os outros — afirma ele, que também é faixa preta em judô: — Acho maravilhoso a TV apostar numa protagonista policial. Isso me faz sentir ainda mais orgulho de minha filha.

Já a major Monica Casanova, de 37 anos, que é superior da soldado Gislayne, diz que o papel da Paolla Oliveira na novela valoriza ainda mais a figura da mulher na corporação:

— Desempenhamos a mesma função. Mas temos a sensibilidade como particularidade. Jeiza é inspirada em todas nós (mulheres PMs), e a Gislayne é uma delas.