Não se pode mais dizer que a esquerda não está unida.Nos dois últimos finais de semana, ela esteve unida – ou pelo menos reunida – em Brasília para a disputa da Copa Ursal de futebol. Na primeira rodada, o PCdoB derrotou o PDT e o PSOL eliminou o PSB.

O time do PSB chamava-se Socialistas FC. O do PDT, Tatu no Toco, uma referência à frase de Ciro Gomes segundo a qual “tatu não sobe em toco”. Lula Presidente (PT), Araguaia (PCdoB), Soviets (PCB) e Sol e Luta FC (PSOL) completavam a tabela. 

Nesta quarta-feira, um novo mecanismo de aglutinação da esquerda, com chances de evoluir para a cópula, foi apresentado ao público e figurou durante várias horas do dia como o assunto mais comentado do Twitter no Brasil – o PTinder.

A escritora Elika Takimoto, coordenadora do departamento de Física do Cefet/RJ, juntou-se à também escritora e advogada Maria Goretti Nagime para criar uma plataforma que facilite o amor entre “as esquerdo-pessoas que estão solteiras ou em um relacionamento aberto ou confuso” – segundo Takimoto, deputada suplente na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O nome PTinder é uma mistura de Tinder, o famoso aplicativo de relacionamentos, com Partido dos Trabalhadores. “Aqui não damos match e sim marx. Não procuramos pela metade da laranja porque isso é coisa do Queiroz. Aqui buscamos a metade da nossa estrela. Vamos promover encontros, festas e shows. Nos aguarde!”

No Facebook já existe a página “casamenteira” chamada Bolsolteiros, dedicada a promover encontros entre bolsomanos e bolsominas. Os evangélicos também já têm um site exclusivo para ter-se com os seus, Amor em Cristo. A esquerda chegou atrasada.

Em todo caso, os tempos são alvissareiros. Não fosse a união da esquerda, o bolão dos assessores do PT não tinha logrado tamanho sucesso na Mega Sena.

Enquanto direita e extrema-direita se articulam com Bolsonaro, João Doria e Luciano Huck, vamos acabar por eleger Zé de Abreu. A esquerda festiva não tem hora para acabar!