Peso da mochila limitado por lei para evitar problemas na coluna
Com a volta às aulas, além de toda a preocupação com o material escolar, outra questão que aflige é o peso da mochila. A Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) acredita que entre 60% e 70% dos problemas de coluna na fase adulta são causados por sobrecarga de peso e esforços repetitivos na infância e adolescência.
O projeto de lei 66/2012, aprovado pelo Senado no final de 2013 propõe um limite de peso da mochila para cada jovem: 15%. Por exemplo, uma criança que pesa 25kg, carregaria uma bolsa com 3,7kg. No início de cada ano letivo, os alunos do ensino médio informariam a escola quanto estão pesando. As informações dos que estudam no ensino fundamental, seriam repassadas pelos pais. O objetivo é prevenir problemas de saúde para os estudantes que estão em fase de desenvolvimento, principalmente a faixa etária de 10 a 16 anos, a qual costuma carregar mais material.
O fisioterapeuta Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRC) e do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), faz um alerta sobre as consequências do peso da mochila. “O excesso de peso pode gerar lesões musculares e articulares, atingindo até mesmo os pés, joelhos e quadris, assim como os ombros e pescoço”, explica.
O especialista ainda dá algumas dicas para prevenir: os objetos mais pesados devem estar no espaço principal e os pequenos, distribuídos no bolso externo; a mochila deve ter duas alças, para que o peso seja distribuído igualmente; a melhor opção na hora da compra é dar preferência para alças largas e acolchoadas. “Além disso, é importante atentar-se à postura na sala de aula, orientando as crianças para que sentem sempre com a coluna ereta”, complementa Helder Montenegro.
O projeto de lei precisa novamente da aprovação da Câmara dos Deputados, porque foi aperfeiçoado pela Comissão de Educação do Senado com a inclusão de um artigo que obriga a instalação de armários nas escolas. A expectativa é de que a norma entre em vigor ainda este ano. (Jornal do Brasil)