“Tive um período de descanso após os Jogos Olímpicos de Paris, passei alguns dias em Salvador e Juiz de Fora (MG), revendo alguns amigos e familiares. Foram dias bons para que pudesse renovar e retornar aos treinamentos. Estou totalmente focada no combate. Realizei uma preparação intensa com minha equipe, analisando os principais pontos e estratégias que posso aplicar na luta. Minha expectativa é muito boa e sinto que me preparei da melhor forma possível”, disse ‘a Braba’ em entrevista exclusiva ao A TARDE na semana passada.
Vencendo o combate, Bia já tem planos ousados para o futuro próximo. “Estou com 31 anos, quase 32, e com certeza com o objetivo de colecionar cinturões e alcançar feitos que nenhuma brasileira ainda teve oportunidade no boxe. Gosto de ser pioneira e de me desafiar sempre, por isso coloquei como objetivo unificar os cinturões e, eventualmente, mudar de categoria. Conforme for atingindo minhas metas, vou continuar me autodesafiando”, afirmou.
A confiança de Bia Ferreira está não apenas em sua preparação e nas metas muito bem traçadas, mas também em seu currículo. Duas vezes campeã mundial amadora e dona de duas medalhas olímpicas (prata em Tóquio 2020 e bronze em Paris-2024), a baiana de 32 anos está invicta como profissional, com cinco vitórias em cinco lutas.
Oponente
Já a experiente Boudersa, que tem a mesma idade de Bia, soma 27 combates, com 23 triunfos, dois empates e duas derrotas, mas não está mais no auge da carreira. Nas casas de apostas, o favoritismo da luta é altíssimo para Bia Ferreira. Segundo o site Olympics.com, em média, a vitória da baiana paga 1,03 nas principais ‘bets’ do mundo. Já a odd para a francesa está em 8,6.
Ainda assim, a soteropolitana e seu técnico Mateus Alves (que também é head coach da equipe olímpica brasileira) destacam qualidades na oponente. “Ela é uma atleta experiente, com apenas duas derrotas, e para atletas renomadas. Ela nunca tomou um nocaute. Então, a gente entende que é uma pessoa que assimila bem os golpes. É uma boxeadora alta, com uma boa distância nos golpes retos. Contudo, percebemos algumas deficiências na defesa dela que a gente vai buscar durante o combate”, explicou Mateus em entrevista ao Olympics.com.
A lutadora baiana também comentou sobre sua adaptação ao boxe profissional, já que passou muitos anos se destacando na modalidade olímpica. “Apesar de serem o mesmo esporte, são completamente diferentes. No boxe profissional, as lutas têm mais rounds de dois minutos, não usamos capacete e as estratégias são distintas. Nos primeiros rounds, geralmente usamos o tempo para estudar a luta e só depois intensificamos os ataques. Como já vinha treinando de forma híbrida, já vinha adaptando meu estilo ao profissional”, explicou.
A luta de Bia Ferreira contra Lícia Bourdesa será a quarta luta do card deste sábado, e deve acontecer por volta das 16h. No Brasil, a luta será transmitida pelo canal de streaming pago DAZN. A luta valendo o cinturão será um dos destaques do dia, que tem como evento principal o duelo masculino entre Murodjon Akhmadaliev e Ricardo Espinoza, pela categoria super galo (até 55,34 kg).