Ex-presidente diz que Ucrânia “está perto de uma guerra civil”

O primeiro presidente da Ucrânia depois da queda da União Soviética defendeu nesta quarta-feira um acordo para dar fim à crise política e disse que o país está “à beira de uma guerra civil”. Leonid Kravchuk discursou na abertura da sessão do Parlamento que discutirá anistia a opositores presos nos protestos.

A medida é uma das exigências dos opositores, que conseguiram duas vitórias na terça (28) –a renúncia do primeiro-ministro Mykola Azarov e a derrubada de nove dos 12 artigos da lei contra os protestos que irritou os manifestantes e provocou a radicalização do movimento contra o presidente Viktor Yanukovich.

Apesar do progresso nas negociações, os opositores mantêm as barricadas no centro de Kiev, montadas para se protegerem da repressão das forças de segurança. Os manifestantes ocupam há dois meses a região, após Yanukovich rejeitar em novembro o acordo de adesão da Ucrânia à União Europeia.

Comandante do país entre 1991 e 1994, Kravchuk considera que os protestos construíram um poder paralelo que forçou a renúncia do gabinete e ocuparam os prédios de dois ministérios e das administrações locais no interior ucraniano.

“É uma revolução, uma situação dramática em que devemos atuar com a maior responsabilidade. Precisamos reduzir a confrontação entre as partes e negociar um plano para solucionar o conflito. Precisamos trabalhar passo a passo para evitar um confronto”.

Para ele, a oposição e a base aliada do governo devem fazer um plano de paz que represente os ucranianos e ofereceu a colaboração dele e do ex-presidente Leonid Kutchma (1994-2005) para garantir o cumprimento do acordo.

A anistia começará a ser debatida por volta das 14h locais (10h em Brasília). Das duas propostas colocadas para escrutínio dos deputados, uma delas condiciona a libertação dos presos à desocupação dos prédios do governo e da praça da Independência, centro dos protestos na capital ucraniana.

Nesta quarta, opositores pertencentes ao partido nacionalista Svoboda retiraram manifestantes radicais do grupo Causa Justa do Ministério de Política Agrária. O grupo que deixou o prédio rejeita as negociações das lideranças da oposição com o governo. (AFP)

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