Ar-condicionado quebrado e alimentação de pacientes restrita: Maternidade da Sesab é alvo de denúncias por má condições

 

Por Victor Hernandes

Foto: Divulgação

A Maternidade Prof. José Maria de Magalhães Netto, da Secretária de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), é alvo de denúncias e críticas por pacientes e funcionários. Isso, por conta de má condições enfrentadas pela população que necessita de algum tipo de atendimento na unidade de saúde, localizada no bairro da Caixa D’água, em Salvador.

 

De acordo com relatos feitos ao Bahia Notícias, ares-condicionados da UTI adulto e do centro cirúrgico do local estão quebrados, sem funcionarem e sem previsão de conserto. Até as Unidades de Terapia Intensiva, onde bebês ficam também não tem equipamentos de refrigeração, onde aparelhos no formato “split” estão sendo utilizados de forma improvisada.

 

“Desde janeiro que está muito complicado faltando tudo. Insumos, materiais do almoxarifado entre outros.  Semana passada queimou o ar-condicionado geral, e agora só tem ar condicionado nos locais que têm split, ou aquele de gaveta. Os locais que têm ar geral estão sem ar condicionado. Hoje a UTI materno aqui que é a UTI que é UTI adulto está sem ar condicionado desde a semana passada. Então assim tá muito quente o centro cirúrgico, o centro obstétrico está sem ar condicionado”, revelou uma funcionária do local que preferiu não se identificar por medo de represálias.

 

Outro relato é a respeito da alimentação ofertada pela maternidade da Sesab. Segundo a colaboradora, a comida da unidade ficou limitada por um tempo para pacientes e funcionários, onde eles só tinham na alimentação somente ovo para comer.

 

“Acredite, a gente comeu ovo mexido. Eles tiraram primeiro a sobremesa, depois tiraram o suco e depois a farinha. Tínhamos até duas opções de jantar e depois só tínhamos uma.  E aí começou a comida a decair e ficar ruim. Após tudo isso chegou no ovo mexido. Quando chegou nesse estado foi um caos aqui, até para o paciente comer foi o ovo mexido também”, apontou.

Diferentes materiais estavam sendo utilizados para substituir objetos que estavam em falta na maternidade.

 

“Não tem um tipo de agulha e pede outro, não tem um tipo de gases e pé de outro, entendeu? Eles estão fazendo assim, não tem uma e coloca outra no lugar. Estão substituindo, pois isso aí sempre está acontecendo. Eles não explicaram e não alegaram nada”, afirmou a profissional da unidade ao BN.

 

FÉRIAS SUSPENSAS

 

Uma segunda profissional que atua na José Maria de Magalhães Netto relatou os problemas de calor e alimentação enfrentados por pacientes e funcionários.

 

“É impossível operar naquela maternidade. A gente fica 100% lotado, não tem condições de a gente trabalhar no calor daqueles. Os pacientes só faltam bater nos funcionários por conta de que eles ficam com calor. A gente também não tem o que fazer. […] A gente ficou comendo ovo frito e ovo cozido, e ainda restrito. A alimentação estava um verdadeiro caos. Só estava tendo arroz, feijão e ovo. Para o paciente era muito pior. Tinha paciente diabética que a dieta subia fora do horário, bem tarde. Não tinha outra opção para ela comer, era a mesma coisa que a gente. Não tinha proteína, não tinha salada, não tinha suco”, contou a colaboradora que preferiu não se identificar por medo de demissão.

 

Outro descaso pontuado é acerca das férias de funcionários. Segundo a profissional, as férias dos funcionários estão suspensas e o aviso da suspensão não foi comunicada de uma forma oficial.

 

“Nossas férias suspensas sem direito a férias por tempo indeterminado e a empresa não diz o motivo pelo qual suspendeu as férias sabemos que a questão de valores os funcionários que saíram de férias esse mês de março eles foram receber as férias que é para receber dois dias antes foram receber próximo do dia 10 e o restante está com férias suspensas, sem previsão de quando vão tirar”, explicou.

 

“Na outra vez que aconteceu isso eles mandaram informativo, porém dessa vez as coordenações foram orientadas a chamar os funcionários um a um e informar que as férias estão suspensas. Não enviaram nada oficial para que não ninguém tenha algo por escrito, para que a gente não tenha uma prova de que as férias estão suspensas”, detalhou.

 

Outro caso é a respeito do não pagamento do piso salarial. Segundo a colaboradora, o pagamento não está sendo efetuado da maneira correta.

 

“Estamos passando por situações de calamidade lá na maternidade. Sofrendo com o nosso piso salarial que não é pago. O que a gente recebe é um retroativo que vem cheio de descontos. E aí a gente ainda está tentando recorrer para ver como é que resolve, mas queixas tem muitas. O piso já é lei, era para gente receber pela gestão de lá. Quando o repasse é feito, eles têm 72 horas para pagar a gente. Só que eles só pagam bem depois. Só pagam quando eles querem ontem mesmo a gente recebe”, informou.

 

“O nosso repasse, o valor do técnico era para ser R$1.166. O que acontece é que o IGH tira o FGTS que a gente acha que não é legal. Tira a provisão de férias que a gente acha que não é legal ter esses descontos. Quando os funcionários recebem é R$ 797”, completou.

 

Em nota ao BN, o IGH disse que, sobre os aparelhos de ar condicionado, o “Instituto de Gestão e Humanização – IGH explica que uma manutenção de grande porte no setor elétrico da Maternidade José Maria de Magalhães vem afetando a climatização de alguns setores.  É importante destacar que o conserto requer alterações estruturais complexas, o que impacta agilidade da resolução”.

 

“Mas é importante destacar que as equipes estão empenhadas para agilizar a obra. Os transtornos são passageiros e as melhorias vão proporcionar mais comodidade para os usuários. O IGH esclarece ainda que conta equipe preparada de nutricionistas para validar criteriosamente as refeições dos pacientes e funcionários. Todas são cuidadosamente preparadas com elementos nutricionais afim de proporcionar uma alimentação saudável e equilibrada”, apontou em nota. 

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