Oclima no Bahia não poderia ser mais pesado para o jogo deste domingo, 17, no estádio Waldomiro Borges, contra o Jequié, às 16h, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Baiano.
A situação está no limite para todos envolvidos no lado tricolor: o técnico Enderson Moreira – que está balançando no cargo –, vários atletas do elenco que vêm sendo criticados pela torcida, e até mesmo o presidente Guilherme Bellintani, antes elogiado quase unanimemente pelos torcedores, mas que vem sendo muito questionado pela manutenção de Enderson no clube.
Um caldeirão negativo que pode agravar a depender do que aconteça neste domingo, em Jequié. Em quinto lugar na classificação do Baiano, com 12 pontos, o Bahia não depende só de suas forças para avançar às semifinais.
Em caso de triunfo, o Bahia vai para as semifinais com qualquer destes resultados a seu favor: se Vitória, Atlético de Alagoinhas ou Vitória da Conquista não vencerem seus jogos, ou ainda se o Bahia de Feira perder a sua partida. Se empatar com o Jequié, o Esquadrão ainda pode se classificar caso Atlético ou Vitória sejam derrotados.
Uma eliminação precoce no Baianão pode marcar a gestão Bellintani com um vexame que não acontece com o Bahia desde 2003: não chegar pelo menos nas semifinais do estadual.
Uma situação totalmente diferente do planejado e do esperado em um ano que parecia promissor para o Esquadrão, com a permanência da comissão técnica que teve um bom desempenho ano passado no Brasileirão, pegando o Esquadrão na zona de rebaixamento, além de uma liberdade financeira que permitiu à direção até comprar jogadores, investindo R$ 2 milhões no lateral-esquerdo Moisés e R$ 4,5 milhões no atacante Fernandão, maior compra do tricolor baiano em sua história.
Mudança em dois meses
Tudo mudou em pouco mais de dois meses. A estreia na temporada 2019 veio com um empate, em casa, com o CRB, pelo Nordestão, no dia 16 de janeiro. Mas nada que abalasse a confiança da torcida, afinal a equipe praticamente não havia tido tempo para treinar.
Mas, dois meses depois daquele jogo, um dos motivos alegados pelo técnico Enderson Moreira para as más atuação do Bahia em 2019 é o mesmo: a falta de tempo para treinar, a qual, segundo o treinador, não permitiu que o renovado elenco do Bahia atingisse seu melhor futebol com os titulares.
“A expectativa é enorme. Só que isso demanda tempo. Muitos jogadores saíram. Claro que está mal treinado, não tem como treinar, não existe treino. Em momento algum a gente treina como gostaria de treinar”, declarou Enderson após a derrota para o Sergipe.
Mas a paciência da torcida também está no limite. Na última sexta, integrantes de uma torcida organizada reuniram-se com a diretoria tricolor no Fazendão, cobrando melhorias na equipe e também questionando a atitude de alguns atletas, como o meia Guilherme, que, coincidentemente, acabou nem sendo relacionado para a partida deste domingo.
Luta contra rebaixamento
Enquanto o Bahia joga contra o vexame de cair antes das semifinais, o Jequié luta pela sobrevivência no estadual.
Em penúltimo na tabela com sete pontos, dois acima do lanterna Jacobina, o Jequié pode se salvar do rebaixamento até mesmo com uma derrota. Para isso, precisa torcer para que o Jegue da Chapada, em casa, não vença o Conquista, outro time que disputa a ida para as semi. Em caso de triunfo do Jacobina, não restará ao Jequié buscar outro resultado senão uma vitória diante do Esquadrão.